O Google anunciou uma nova atualização para o Google Maps, buscando proteger a privacidade dos usuários em relação ao histórico de localização. Essa mudança ocorrerá ao armazenar o histórico de localização diretamente nos dispositivos dos usuários, em vez de acontecer na nuvem, tornando mais desafiador para as autoridades acessarem esses dados.
A medida surge em resposta às preocupações crescentes sobre os “mandados de cerca geográfica“, que permitiam às autoridades coletar dados de empresas de tecnologia sobre dispositivos móveis que estiveram em uma área específica durante determinado período. O The Verge lembra que o FBI, por exemplo, utilizou esses mandados para investigar eventos como protestos do movimento Black Lives Matter em Seattle, levantando questões sobre privacidade e potenciais abusos.
A decisão do Google de armazenar o histórico de localização nos dispositivos dos usuários é uma resposta direta a essas preocupações. A Forbes relatou que a empresa pretende “acabar explicitamente com essas pesquisas de localização arrasadoras“. Marlo McGriff, diretor de produto do Google Maps, afirmou: “Estamos sempre trabalhando em maneiras de dar às pessoas mais controle sobre seus dados“.
A atualização se aplica especificamente ao recurso Linha do Tempo do Maps, que registra os locais visitados pelos usuários. Normalmente, esse histórico é armazenado na nuvem quando ativado, o que permitia às autoridades solicitar dados através dos mandados de cerca geográfica. Com a nova abordagem, o histórico de localização será armazenado localmente, eliminando a capacidade do Google de fornecer esses dados consolidados às autoridades.
A implementação dessa mudança está programada para ocorrer gradualmente ao longo do próximo ano, afetando as versões Android e iOS do aplicativo Google Maps. Os usuários receberão notificações quando a atualização estiver disponível para suas contas. Além disso, a empresa está ajustando as configurações de exclusão automática, que agora serão definidas para três meses por padrão, em comparação com os 18 meses anteriores. Isso significa que dados mais antigos serão excluídos automaticamente, proporcionando um nível adicional de privacidade.
A segurança dos dados dos usuários é uma prioridade, e o Google destaca que as informações de localização nunca são vendidas a terceiros, incluindo anunciantes. A empresa enfatiza seu compromisso em manter os dados dos usuários seguros, permitindo que eles desfrutem do Google Maps sem preocupações excessivas com a privacidade.
Mais controle com atualizações adicionais no Google Maps
Além da mudança significativa no armazenamento do histórico de localização, o Google está introduzindo outras atualizações para dar aos usuários ainda mais controle sobre suas informações pessoais. Uma dessas atualizações é a capacidade de salvar a Linha do Tempo diretamente nos dispositivos dos usuários, proporcionando controle adicional sobre os dados.
Se você é um dos usuários que optaram por ativar o histórico de localização, em breve, sua Linha do Tempo será salva localmente, permitindo que você exclua facilmente informações específicas sempre que desejar. A opção de fazer backup na nuvem ainda estará disponível, com a garantia de criptografia automática para proteger esses dados.
Outra melhoria é a capacidade de excluir atividades relacionadas a lugares específicos diretamente do Google Maps. Isso é particularmente útil para usuários que desejam manter certas informações privadas, como ao planejar surpresas ou eventos especiais. Essa funcionalidade começará a ser lançada nas próximas semanas nas versões Android e iOS do aplicativo.
O ponto azul, indicando a localização atual no Google Maps, também está recebendo melhorias nos controles de localização. Os usuários poderão acessar facilmente as configurações de Histórico de Localização e Linha do Tempo diretamente do ponto azul, proporcionando uma experiência mais intuitiva e simplificada. Esses aprimoramentos serão implementados gradualmente nas próximas semanas em ambas as plataformas.
