Pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona (ASU) apresentaram recentemente uma notável inovação no campo da pesquisa sobre o impacto do calor extremo no corpo humano. Trata-se de ANDI, o primeiro manequim termal interno-externo, projetado para respirar, transpirar e até mesmo caminhar, simulando de forma realista as funções do corpo humano em ambientes com altas temperaturas.
Financiado por uma generosa concessão da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF Major Research Instrumentation Grant), o desenvolvimento de ANDI foi realizado em parceria com a empresa Thermetrics, especialista em tecnologias térmicas avançadas. O manequim possui notáveis 35 áreas de superfície, cada uma delas controlada individualmente por sensores de temperatura, fluxo de calor e poros que permitem a transpiração.
“Andi transpira, gera calor, treme, anda e respira”, destaca entusiasmado Konrad Rykaczewski, professor associado da Escola de Engenharia de Matéria, Transporte e Energia e pesquisador responsável pelo novo projeto da ASU. O principal objetivo da pesquisa é compreender, de forma quantitativa, os efeitos do calor extremo na saúde humana e, com base nesse conhecimento, desenvolver soluções para mitigar os impactos negativos.
Compreendendo o impacto do calor extremo
A crescente preocupação com o aumento das temperaturas e ondas de calor ao redor do globo motiva a busca por respostas sobre o impacto dessas condições extremas no corpo humano. Milhares de mortes são registradas anualmente nos Estados Unidos devido a doenças relacionadas ao calor, com um aumento preocupante nas fatalidades observado em 2022 no Condado de Maricopa, onde 425 mortes foram atribuídas a esse fenômeno.
Contribuições do ANDI para a pesquisa
Dos 10 manequins ANDI existentes no mundo, a ASU é uma das duas instituições de pesquisa a utilizar esse inovador equipamento. Além disso, é o primeiro manequim térmico com a capacidade de ser usado em ambientes externos, graças a um sistema interno de refrigeração desenvolvido exclusivamente para essa finalidade.
Unindo forças com MaRTy em busca de respostas
Para aprofundar ainda mais a compreensão dos efeitos do calor extremo no corpo humano, os pesquisadores da ASU unirão ANDI a MaRTy, o robô biometeorológico de calor da universidade. Juntos, eles investigarão os mecanismos de transpiração humana, as mudanças na temperatura da pele e do núcleo do corpo, identificando como diferentes ambientes podem aumentar o risco de exposição ao calor.
Cada indivíduo reage de forma única ao calor extremo, influenciado por fatores como idade, tamanho corporal e estado de saúde. Por meio de modelos personalizados de regulação térmica, os pesquisadores da ASU podem considerar essas variações e obter informações mais precisas sobre o impacto do calor em diferentes grupos populacionais.
A busca por soluções efetivas
Com base nos dados e informações coletados por ANDI e MaRTy, os pesquisadores da ASU esperam desenvolver intervenções eficazes para enfrentar os desafios do calor extremo. Isso inclui o projeto de roupas de resfriamento e exoesqueletos para mochilas, com o objetivo de proporcionar um alívio significativo aos impactos negativos do calor excessivo.
O projeto de pesquisa envolve estudantes de diversas áreas, incluindo engenharia, sustentabilidade, meteorologia e moda, buscando soluções holísticas e inovadoras para os desafios impostos pelo calor extremo.