Um recente estudo divulgado na revista IOP Science ressalta o potencial da tecnologia de impressão 3D na área da medicina regenerativa. Os pesquisadores desenvolveram uma impressora biológica capaz de fabricar diversos materiais e controlar as propriedades físicas e químicas dos tecidos. O objetivo é contribuir para o avanço no desenvolvimento e teste de medicamentos e próteses personalizadas.
A medicina regenerativa, que visa a reparação de tecidos e órgãos danificados, tem sido considerada uma solução promissora para desafios como a escassez de doadores de órgãos e os riscos associados aos transplantes. No caso da ‘bioimpressão’, essa técnica é utilizada para sintetizar diretamente tecidos e órgãos no interior do corpo humano.
No entanto, a tecnologia ainda apresenta algumas limitações: certos dispositivos são compatíveis apenas com tipos específicos de biomateriais, e outros só conseguem criar pequenas áreas de tecido de cada vez. Além disso, os projetos costumam ser complexos, o que dificulta o acesso e restringe suas aplicações.
A nova impressora biológica permite a fabricação de estruturas complexas biocompatíveis. Segundo os próprios pesquisadores, ela é adequada para reparar grandes defeitos causados por trauma, cirurgia ou até mesmo câncer, exigindo a construção de tecidos em larga escala.
“A longo prazo, essa tecnologia pode eliminar a necessidade de doadores de órgãos, reduzindo os riscos associados aos transplantes e proporcionando aos pacientes uma vida mais longa e saudável“, estimam os pesquisadores.
Outra possível aplicação dessa nova tecnologia é a produção de sistemas de administração de medicamentos. Com ela, é possível criar estruturas que liberam doses precisas de medicamentos e células em locais específicos do corpo.
A ideia é que isso torne os medicamentos mais eficientes, minimizando os efeitos colaterais e aprimorando a segurança do tratamento.
A impressão 3D vem ganhando destaque na medicina, alcançando conquistas extraordinárias ao longo do tempo. Um exemplo disso é a impressão de células cerebrais vivas e funcionais, das quais a maioria sobreviveu por mais de dois dias, tornando-se uma ferramenta viável para pesquisas pré-clínicas.
Cientistas também já conseguiram imprimir um mini fígado em 3D, capaz de desempenhar funções características desse órgão, como produção de proteínas, secreção e armazenamento de substâncias, utilizando células sanguíneas humanas. Além disso, uma equipe utilizou um robô para imprimir um “miocárdio” que se mantém funcional por 6 meses.
A bioimpressora portátil apresenta um grande potencial no desenvolvimento de próteses personalizadas e implantes ortopédicos. Sua natureza portátil permite aos médicos combinar com maior precisão e conveniência a anatomia do tecido do paciente, resultando em construções bioimpressas mais funcionais e esteticamente aprimoradas.
Uma característica essencial do dispositivo portátil é a inclusão de múltiplos compartimentos de biotinta, sendo cada um controlado individualmente por um sistema pneumático. Isso concede ao operador do equipamento um amplo domínio sobre a mistura de impressão, simplificando a criação de estruturas com propriedades específicas. Além disso, o dispositivo é equipado com um módulo de refrigeração e um módulo de fotopolimerização por luz LED, os quais oferecem controle adicional.
As descobertas deste estudo têm o potencial de trazer benefícios significativos para pesquisadores e médicos engajados em aprimorar a medicina regenerativa, além de possibilitar a colaboração entre eles, acelerando assim o avanço dessa tecnologia.