A Warner Bros. Discovery anunciou que vai lançar uma iniciativa de compartilhamento pago para o seu serviço de streaming Max. A medida visa aumentar a receita e a fidelidade dos assinantes, que terão que pagar uma taxa extra para acessar o conteúdo em múltiplos dispositivos ou fora de suas residências. O plano é lançar uma iniciativa de compartilhamento pago para seu serviço de streaming, Max, ainda este ano, com planos de uma implementação mais ampla prevista para 2025. Esta medida coloca a Warner Bros. Discovery ao lado de outros importantes players do mercado, como Netflix e Disney+, que já começaram a implementar políticas semelhantes.
Durante a Conferência de Tecnologia, Mídia e Telecom de 2024 do Morgan Stanley, realizada em São Francisco, JB Perrette, CEO da Warner Bros. Discovery e presidente de streaming e jogos globais, enfatizou a importância desta iniciativa. “Achamos que, em relação à escala do nosso negócio, é uma oportunidade significativa”, declarou Perrette, sinalizando um futuro onde o compartilhamento indiscriminado de senhas será uma prática do passado.
Os esforços para coibir o compartilhamento de senhas surgem em um momento importante para a Warner Bros. Discovery. A empresa conseguiu reduzir seu prejuízo de streaming para US$ 55 milhões no quarto trimestre de 2023, uma diminuição significativa em comparação ao prejuízo de US$ 217 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Em uma virada impressionante, a empresa reportou um lucro de US$ 103 milhões no ano inteiro, em contraste com um prejuízo de US$ 1,59 bilhão em 2022. Olhando para o futuro, a Warner Bros. Discovery projeta um EBITDA “modestamente negativo” no primeiro semestre de 2024, com expectativas de rentabilidade no segundo semestre e uma meta ambiciosa de US$ 1 bilhão de EBITDA direto ao consumidor em 2025.
No último trimestre, a divisão direta ao consumidor da Warner Bros. Discovery experimentou um aumento significativo, adicionando 1,8 milhão de novos assinantes e alcançando um total de 97,7 milhões. Este segmento inclui as assinaturas dos serviços Max, Discovery+ e HBO tradicional, demonstrando um crescimento robusto e sustentável no setor de streaming.
Enquanto isso, a Netflix já deu início à sua própria versão da iniciativa de compartilhamento pago nos Estados Unidos durante o segundo trimestre de 2023, seguindo testes bem-sucedidos em mercados internacionais como Canadá, Nova Zelândia, Espanha e Portugal. A empresa descreve esta política como o “curso normal dos negócios”, que não só permitirá um crescimento mais efetivo mas também uma penetração mais profunda em um mercado endereçável de cerca de 500 milhões de lares com TV conectada, excluindo China e Rússia.
Por sua vez, a Disney anunciou planos para implementar funcionalidades que permitirão aos usuários de Disney+ suspeitos de compartilhar senhas criar suas próprias assinaturas. Hugh Johnston, diretor financeiro da Disney, revelou que os titulares de contas poderão adicionar indivíduos de fora de suas residências às suas contas por uma taxa adicional, começando no verão deste ano.
A estratégia de repressão ao compartilhamento de senhas não se limitará apenas a Disney+ e Max, mas também afetará os assinantes do Hulu e ESPN+, conforme indicado por atualizações recentes no contrato de assinatura. Esta é uma clara indicação de que a indústria de streaming como um todo está se movendo em direção a uma postura mais rigorosa contra o compartilhamento de senhas, visando proteger seus conteúdos e maximizar os lucros.
