A tão aguardada estreia dos óculos de Realidade Aumentada (AR) da Meta, conhecidos como Artemis, está esbarrando em revisões e adaptações inesperadas. De acordo com relatórios recentes do The Information, o primeiro dispositivo de AR que a empresa pretende disponibilizar ao público não virá equipado com os displays de alta qualidade que estavam originalmente planejados. Em vez disso, a Meta optou por utilizar tecnologia de display mais antiga, comprometendo algumas especificações importantes.
Mudança de rumo nos displays de alta qualidade
Os Artemis, que prometem ser o primeiro par de óculos de Realidade Aumentada destinados ao consumidor da Meta, têm gerado grandes expectativas. Contudo, a empresa decidiu afastar-se dos displays MicroLED, que oferecem uma experiência visual avançada, em favor de tecnologia Liquid Crystal on Silicon (LCoS). Essa escolha pode surpreender muitos, uma vez que o LCoS é uma tecnologia de display antiga, inicialmente empregada em projetores de cinema nos anos 90.
A questão-chave com o LCoS é sua falta de brilho, um aspecto crucial para dispositivos de AR, pois precisam projetar gráficos sobre o mundo real, mesmo em ambientes bem iluminados. Essa decisão pode afetar negativamente a experiência do usuário, principalmente em ambientes externos ou com muita luz.
Redução no campo de visão
Além da mudança nos displays, os Artemis também sofrerão alterações no seu campo de visão. Inicialmente, a Meta planejava usar guias de ondas de silício carbeto, que permitiriam um campo de visão amplo de 70 graus. No entanto, a nova escolha de guia de ondas de vidro resultará em um campo de visão mais limitado, de apenas 50 graus. Essa redução pode diminuir a imersão do usuário no ambiente de AR, uma vez que outros concorrentes, como o Microsoft HoloLens e o Magic Leap One, também apresentam um campo de visão semelhante.
Foco na versão de desenvolvedores
Apesar dessas mudanças, a Meta não abandonou por completo a ideia de oferecer uma experiência de AR de alta qualidade. A versão inicial destinada aos desenvolvedores e testes internos ainda contará com displays MicroLED de alta qualidade e guias de ondas de silício carbeto, proporcionando uma experiência mais imersiva e brilhante, com um campo de visão mais amplo.
Mudanças no “puck” e o sensor lidar
Outras modificações estão ocorrendo no chamado “puck“, um componente wireless em forma oval que acompanha os óculos Artemis. O dispositivo passará por ajustes para “aliviar partes do processamento“, resultando em mudanças na composição do mesmo.
A nova versão do puck incluirá uma bateria, modem 5G e touchpad, porém, o que não estará presente é o sensor lidar, inicialmente planejado para detectar o ambiente e importar objetos 3D para o mundo digital. Essa ausência pode impactar a interação do usuário com o ambiente virtual.
Desafios financeiros e adiamento do Quest Pro
A decisão de reduzir a qualidade dos óculos Artemis pode estar relacionada aos crescentes custos que a Meta enfrenta em sua jornada pelo metaverso. Além disso, a empresa anunciou que não seguirá mais com a produção do headset Quest Pro, que teve uma recepção pouco entusiasmada. A fabricação será interrompida assim que as peças acabarem, e o foco será direcionado aos headsets Quest mais acessíveis, incluindo o próximo Quest 3.
Embora a Meta enfrente desafios em sua busca por uma experiência de AR de última geração, ainda há esperança de que as próximas iterações dos óculos de Realidade Aumentada possam surpreender positivamente os usuários e proporcionar uma imersão excepcional no mundo virtual. O lançamento dos óculos de realidade aumentada Artemis continua previsto para 2027, mas os ajustes e mudanças significativas prometem gerar ainda mais expectativa entre os consumidores e desenvolvedores ansiosos por explorar novas possibilidades nessa emocionante fronteira da tecnologia.