A Microsoft está entrando em uma nova era de inovação tecnológica ao lançar seus primeiros chips de silício personalizados, Azure Maia 100 e Cobalt 100, projetados especificamente para impulsionar sua infraestrutura em nuvem. Esses avanços representam um passo significativo da gigante da tecnologia em direção à independência de fornecedores terceirizados, como a Nvidia, e ao mesmo tempo, preparam o terreno para um futuro repleto de inteligência artificial (IA).
Rani Borkar, chefe de sistemas e infraestrutura de hardware Azure da Microsoft, destacou ao The Verge a longa história da empresa no desenvolvimento de silício, desde colaborações para o Xbox até co-projetos para dispositivos Surface. Em 2017, a Microsoft iniciou a jornada para construir seus próprios chips personalizados, resultando nos recentes lançamentos do Azure Maia AI e da CPU Azure Cobalt baseada em Arm.
Azure Cobalt: o poder da eficiência
A CPU Azure Cobalt, com 128 núcleos, é construída com um design Arm Neoverse CSS personalizado para a Microsoft. Projetada para impulsionar serviços gerais de nuvem no Azure, essa CPU não apenas busca alto desempenho, mas também prioriza o gerenciamento eficiente de energia. Os testes iniciais indicam um desempenho até 40% superior aos servidores Arm comerciais atualmente em uso no data center da Microsoft.
Azure Maia AI: estrelando na Nuvem de IA
O acelerador Maia 100 AI é projetado para cargas de trabalho de IA na nuvem, incluindo treinamento e inferência de grandes modelos de linguagem. Com 105 bilhões de transistores e suporte a tipos de dados de sub 8 bits, o Maia promete tempos de treinamento e inferência mais rápidos. Fabricado em um processo TSMC de 5 nanômetros, o Maia marca a entrada da Microsoft no desenvolvimento de processadores de servidor com refrigeração líquida.
Colaboração com a OpenAI
A Microsoft não está sozinha nessa jornada. A parceria com a OpenAI desempenhou um papel fundamental no refinamento e teste do Maia. Sam Altman, CEO da OpenAI, destaca a arquitetura de IA ponta a ponta do Azure, otimizada até o nível do silício, abrindo caminho para modelos mais capazes e acessíveis aos clientes.
Diversificação na cadeia de fornecimento
Em meio à crescente demanda por GPUs da Nvidia, a Microsoft busca diversificar sua cadeia de fornecimento. Os chips Maia e Cobalt não são apenas concorrentes, mas complementos essenciais, garantindo opções variadas aos clientes da nuvem de IA do Azure. Essa abordagem estratégica visa maximizar o desempenho, diversificar a cadeia de fornecimento e oferecer opções de infraestrutura.
O futuro
Os nomes Maia 100 e Cobalt 100 sugerem que a Microsoft já está pensando em versões de segunda geração desses chips. Embora os roteiros específicos não sejam compartilhados, a empresa está claramente comprometida em manter sua liderança na inovação de chips personalizados. A rapidez na implementação do Maia será crucial para acelerar as ambições de IA da Microsoft.
Impacto nos preços e na demanda
O lançamento dos chips Maia e Cobalt pode ter implicações nos preços dos serviços de IA na nuvem, reduzindo os custos para os clientes. A Microsoft mantém uma abordagem cautelosa em relação aos preços, mas a expectativa é que a oferta de chips personalizados ajude a equilibrar a demanda crescente por poder de processamento de IA.