No último ano, a Sony anunciou uma expansão em seu catálogo de jogos, saindo do tradicional foco em aventuras single-player para investir em uma dúzia de títulos multiplayer e como serviço. Originalmente divulgados como 10 projetos, esse número cresceu para 12, conforme revelado em uma recente conferência de ganhos da empresa.
Contudo, nem todas as notícias são positivas. Em um movimento inesperado, a Sony confirmou que metade desses ambiciosos projetos enfrentou atrasos internos, adiando indefinidamente seu lançamento. Essa mudança estratégica foi comunicada pelo presidente, COO e CFO da Sony, Hiroki Totoki, durante a conferência, indicando uma priorização da qualidade e uma busca pela satisfação duradoura dos jogadores.
Os desafios da expansão
Inicialmente planejados para chegar ao mercado até março de 2026, os seis títulos atrasados levantam questões sobre os desafios enfrentados pela gigante dos games ao ampliar seu escopo. Totoki afirmou que a empresa está revisando a situação, garantindo que esses jogos proporcionem uma experiência apreciada pelos gamers a longo prazo. Essa mudança estratégica reflete uma compreensão por parte da Sony de que, embora a quantidade seja importante, a qualidade é crucial para o sucesso sustentável.
O anúncio também levanta questões sobre o futuro das parcerias da Sony, especialmente após a aquisição do estúdio Destiny, Bungie, em 2022. Rumores sobre a queda nas receitas de Destiny 2 e atrasos em projetos, incluindo o aguardado Marathon, podem ter influenciado a decisão de adiar parte dos jogos planejados.
Lições aprendidas com a Bungie:
A compra da Bungie pela Sony por 3.6 bilhões em 2022 foi um passo ousado, visando fortalecer a posição da empresa nos jogos como serviço. A expertise da Bungie deveria ser compartilhada com outros estúdios da Sony, impactando diretamente os projetos de estreia de jogos como serviço. No entanto, relatos recentes indicam uma queda nas receitas de Destiny 2 e desafios financeiros, levantando dúvidas sobre a eficácia dessa colaboração.
Hermen Hulst, chefe dos estúdios PlayStation, compartilhou insights sobre como a Bungie influenciou positivamente o desenvolvimento desses títulos. As lições aprendidas com a Bungie abrangeram diversas áreas, desde o desenvolvimento técnico até uma compreensão mais profunda do sucesso em serviços ao vivo. Hulst destacou a mudança cultural significativa, onde o lançamento de um jogo é apenas o começo, evidenciando a importância de métricas de desempenho específicas para esse modelo de negócios.
Os títulos afetados e o futuro incerto
Entre os doze títulos em desenvolvimento, especula-se que projetos altamente antecipados, como o jogo online de The Last of Us e um título multiplayer de Horizon, podem fazer parte dessa linha de frente. O anúncio de adiamento coloca em dúvida o legado deixado por Jim Ryan, chefe da Sony PlayStation, que se aposentou em 2024. O futuro dos estúdios first-party da Sony agora está envolto em incertezas, aguardando decisões estratégicas da nova liderança.
Confirmação e perspectivas futuras
Durante a chamada de ganhos, Totoki confirmou que a Sony pretende lançar seis dos doze jogos até o final do ano fiscal de 2025. Quanto aos outros seis, o trabalho ainda está em andamento. A mensagem enfatizada foi a constante busca pela excelência na qualidade dos jogos, reafirmando a política inalterada da empresa de priorizar a experiência do jogador.
A decisão de adiar parte dos projetos pode ser interpretada como uma resposta à crescente pressão para oferecer jogos como serviço de alta qualidade, uma área onde a Sony busca se destacar. O mercado está em constante evolução, e a Sony está ajustando suas velas para garantir que suas ofertas continuem relevantes e cativantes.