A história da Toku, liderada por Ehsan Vaghefi, CEO e cofundador da empresa, é um exemplo de como a tecnologia pode ser uma aliada na busca por soluções inovadoras em saúde. Crescendo com um pai cego devido a um glaucoma congênito, Vaghefi direcionou sua paixão por ajudar pessoas com condições semelhantes para a criação da Toku, uma empresa focada em explorar, com ajuda de Inteligência Artificial (IA), a imagem ocular e seu papel diagnóstico, especialmente no que diz respeito às condições cardíacas.
Vaghefi, também professor associado de Optometria e Ciências da Visão na Universidade de Auckland, compartilha sua visão inspiradora: “Trabalhei incansavelmente todos os dias da minha vida adulta para levar exames de doenças acessíveis e acessíveis a todos, em todos os lugares, para que nenhuma criança crescesse com um pai deficiente ou falecido.” disse ao TechCrunch.
O poder da plataforma CLAiR
A estrela principal da Toku é sua inovadora plataforma de tecnologia chamada CLAiR, alimentada por inteligência artificial. Essa plataforma utiliza uma abordagem única, lendo pequenos sinais dos vasos sanguíneos capturados nas imagens da retina. Surpreendentemente, em apenas 20 segundos, o CLAiR pode calcular o risco de doenças cardíacas, hipertensão e colesterol alto. Uma revolução na área da saúde ocular, essa tecnologia pode se integrar facilmente a exames oftalmológicos de rotina.
Financiamento e reconhecimento pela FDA
Apesar de ainda estar em seus estágios iniciais, a Toku obteve sucesso ao levantar uma rodada de financiamento Série A de US$ 8 milhões no início deste ano, com investidores como a National Vision e a Topcon Healthcare. O reconhecimento da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) concedendo o “status de dispositivo inovador” ao CLAiR é uma conquista significativa, encurtando o processo para a entrada no mercado.
Rumo ao futuro da saúde ocular
Embora a Toku ainda esteja aguardando a aprovação final do FDA, a empresa planeja iniciar seu teste principal em meados de 2024, com o objetivo ambicioso de trazer a tecnologia ao mercado até o final de 2025. Essa meta coloca a Toku no caminho para se tornar a primeira empresa nos EUA a oferecer uma maneira acessível e não invasiva de detectar o risco de doenças cardiovasculares usando a imagem da retina.
Comparando inovações: Toku vs. Google e outras startups
Não é a primeira vez que a tecnologia busca prever doenças cardíacas por meio da análise da retina. Há cinco anos, o Google e Verily, da Alphabet, anunciaram um projeto semelhante, mas que ainda não foi implementado. A Mediwale, uma startup sul-coreana, também trabalha na mesma direção, construindo uma varredura de retina baseada em Inteligência Artificial para diagnosticar doenças cardíacas e renais.
O papel dos usuários finais
A Toku planeja direcionar sua tecnologia principalmente para adultos assintomáticos submetidos a exames oftalmológicos de rotina. A ideia é integrar a plataforma em optometrias de varejo, consultórios de cuidados primários, clínicas de oftalmologia e farmácias equipadas com câmeras de retina. A identificação de indivíduos com risco cardiovascular elevado levará a encaminhamentos para exames adicionais, garantindo uma abordagem abrangente à saúde.
Questões de privacidade e compromisso ético
Em um mundo onde a privacidade dos dados é crucial, a Toku assegura que está em conformidade com a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde (HIPAA) e a ISO 13483. A empresa afirma que apenas partes autorizadas têm acesso aos dados de saúde do paciente e que os pacientes podem solicitar a exclusão de seus dados a qualquer momento. A soberania dos dados é mantida em todas as jurisdições, utilizando servidores e infraestrutura locais.